O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu nos Estados Unidos, na década de 1990, para estimular a sociedade no combate ao câncer de mama
O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu nos Estados Unidos, na década de 1990, para estimular a participação da sociedade no combate ao câncer de mama e na conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença. Atualmente, a data é celebrada anualmente em muitos países, através de iniciativas que alertem sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e da luta em favor da vida.
O aumento no número de casos
No Brasil, o câncer de mama representa a principal causa de morte por neoplasias malignas em mulheres. O Instituto Nacional o Câncer (Inca), estima que 57.960 mulheres sejam acometidas pela doença no ano de 2017.
O número de casos em todo o mundo vem aumentando e isso se deve basicamente a três fatores: o primeiro deles diz respeito ao envelhecimento da população, porque à medida que a população envelhece, o tempo de exposição para o aparecimento de doenças como o câncer aumenta.
O segundo se refere ao resultado do empenho pela detecção precoce, levando a uma antecipação no diagnóstico de casos que seriam identificados mais tardiamente, e isto ocorre basicamente nos países em que há politicas públicas de diagnóstico precoce, onde a mortalidade por câncer de mama está caindo, e o terceiro fator está relacionado com o estilo de vida, como hábitos alimentares inadequados, ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, obesidade, ausência de filhos ou ter filhos em idade mais avançada, exposição excessiva aos hormônios etc…
A importância da detecção precoce
A detecção precoce da doença e a significativa evolução nos tratamentos estabelecidos têm permitido a redução na mortalidade em países desenvolvidos. A estratégia combinada de diagnóstico precoce, melhores técnicas de cirurgia e novas drogas leva a melhores resultados na luta contra o câncer de mama. O rastreio mamográfico tem contribuído significativamente para detectar o câncer em uma fase precoce o que tem um enorme impacto positivo na sobrevida do paciente.
O panorama da doença no Brasil
Em nosso país as curvas de mortalidade vêm diminuindo lentamente nas regiões Sul e Sudeste, onde há uma maior adesão populacional às políticas de rastreamento, bem como a disponibilidade de mais recursos em todas as especialidades envolvidas para o diagnóstico e tratamento da doença. Porém, em outras regiões, os índices de mortalidade ainda são elevados em consequência de um diagnóstico tardio.
No Brasil, precisamos melhorar muito. A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) escolheu o “ACESSO AO TRATAMENTO” como prioridade nas ações que integram o Outubro Rosa neste ano. Não adianta discutirmos terapias ultramodernas e cirurgias sofisticadas, se as mulheres com diagnóstico de câncer no país não conseguem agendar uma consulta com o mastologista, realizar um exame mamográfico ou fazer uma biópsia com rapidez, quando surge uma dúvida.
A falta de agilidade, não só no tratamento, mas também no diagnóstico, faz com que muitas mulheres ainda sofram muito em todas as filas que encontram até terem seus problemas resolvidos, e infelizmente, muitas vezes é tarde.
Câncer de mama tem pressa, não espera por burocracia.