Consultas e cirurgias não urgentes foram postergadas para preservar recursos hospitalares para pacientes com COVID-19 e principalmente para diminuir o risco de contaminação e de complicações dos próprios pacientes submetidos a cirurgia.
– Um estudo realizado na China, com pacientes submetidos a cirurgias durante o período de incubação do novo Coronavírus, foi observada uma taxa de 44,1% de internação em UTI e uma mortalidade de 20,5% – muito maiores do que as taxas habituais de complicações!
*** Mas nesse contexto, o que é mais seguro para a paciente com câncer de mama? Fazer a cirurgia agora ou haveria um modo de postergar a cirurgia com segurança?
Fazemos aqui um resumo das recomendações da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Society of Surgical Oncology, da American Society of Breast Surgeons e do Dana-Farber:
– Carcinoma ductal in situ: são lesões pré-invasivas, adiar a cirurgia por 3-6 meses, com uso de hormonioterapia quando possível.
– Tumores com receptores hormonais positivos: usar a hormonioterapia por alguns meses (ou quimioterapia) e realizar a cirurgia em momento oportuno e seguro.
– Tumores triplo negativos ou HER2: tais pacientes já eram em geral submetidas a tratamento com quimioterapia antes da cirurgia, mesmo antes da pandemia de COVID19, e esse continua sendo o tratamento preferencial. No caso de tumores menores que 1 ou 2cm, é realizada discussão caso a caso.
– Pacientes que estão terminando quimioterapia neoadjuvante (ou seja, feita antes da cirurgia): no caso de boa resposta, aguardar o máximo possível para fazer a cirurgia: 6 a 8 semanas após o final da quimio. Se for um tumor com receptores hormonais positivos, existe a possibilidade fazer hormonioterapia como “ponte” até o momento que a cirurgia possa ser realizada de forma segura. Se o tumor for do tipo HER2, avaliar a possibilidade de prolongar a terapia anti HER, para poder postergar a cirurgia.
*** O início do tratamento do câncer de mama não deve ser postergado. Existem estratégias que nos permitem iniciar o tratamento sem cirurgia na maioria dos casos, com segurança e redução do risco de contaminação e complicações. O intuito é sempre a maior segurança do paciente, com alta eficácia e poucas complicações.
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