Pesquisadores realizaram estudo, com resultados publicados em fevereiro deste ano, para entender quantas mulheres na Austrália estavam com sobrepeso ou obesas após serem diagnosticadas com tumor de mama, e também para analisar o padrão de ganho de peso após o diagnóstico. Foram estudadas 309 mulheres que moravam na Austrália diagnosticadas com a neoplasia. A pesquisa foi realizada on-line entre novembro de 2017 e janeiro de 2018. Pouco menos da metade das mulheres estava com sobrepeso ou obesidade quando foram diagnosticadas, mas quando completaram a pesquisa, 67,3% das mulheres estavam com sobrepeso ou obesidade. A maioria das mulheres – 77% – afirmou ter tido ganho peso nos primeiros 12 a 18 meses após o diagnóstico.
Sabemos que mulheres com sobrepeso e obesas – definidas como tendo um IMC (índice de massa corporal) maior que 25 – tem maior risco de serem diagnosticadas com a neoplasia em comparação com mulheres que mantêm um peso adequado, principalmente após a menopausa.
Esse risco é maior parcialmente porque as células adiposas produzem estrogênio; células de gordura extras significam mais estrogênio no corpo, podendo fazer com que tumores com receptores hormonais positivos se desenvolvam e cresçam. Os cientistas também descobriram recentemente que células adiposas extras podem desencadear uma inflamação a longo prazo e de baixo grau no corpo. A inflamação crônica tem sido associada a um maior risco de recidiva da doença; as proteínas secretadas pelo sistema imunológico parecem estimular o crescimento de células cancerosas, especialmente em mulheres na pós-menopausa.
O estudo conclui que ganhar peso após o diagnóstico da neoplasia mamária pode ser um problema maior do que se pensava anteriormente, e os profissionais de saúdem envolvidos no tratamento precisam fazer mais para ajudar as mulheres a gerenciar esse ganho de peso.
Fonte: https://bmccancer.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12885-020-6566-4
#cancerdemamatemcura #cancerdemama #covid19 #drfrasson #pandemia