A capacidade das células tumorais de se espalharem pelo corpo pode transformar um caso curável em um agressivo e, algumas vezes, fatal. Um grupo de engenheiros e biólogos especializados em neoplasia pode ter descoberto uma maneira de desacelerar, e até parar, a migração de células cancerosas de mama.
Um novo estudo revelou que campos eletromagnéticos são efetivos em interromper a disseminação de algumas células do câncer de mama. A velocidade de metástase varia entre indivíduos e é quase impossível para especialistas calcular quando ocorrerão. Entretanto, uma equipe de cientistas construiu uma ferramenta capaz de marcar a migração de células neoplásicas. Os pesquisadores a utilizaram para aplicar uma quantidade homogênea de energia eletromagnética em uma variedade de células do câncer de mama. O grupo também desenvolveu um instrumento capaz de rastrear a direção do movimento celular pelo microscópio. Apesar dos testes terem sido conduzidos em laboratório e não no corpo humano, os cientistas dizem que esse aparato pode imitar, em um ambiente controlado, o que realmente acontece no corpo. A equipe foi capaz de examinar com precisão como tal energia afetou a forma e o movimento das células cancerosas.
A descoberta mais importante diz respeito às células metastáticas do câncer de mama do tipo triplo-negativo, as mais desafiadoras de tratar, uma vez que as terapias hormonais lhes são ineficazes: foram as células mais responsivas aos campos eletromagnéticos. Somado a isso, os pesquisadores definiram que usar a energia eletromagnética em combinação com terapias específicas de drogas, pode ter um impacto mais significativo.
Há um longo caminho antes que se possa concluir que campos eletromagnéticos são um meio eficaz de parar a disseminação das células malignas no corpo. Ainda são necessários testes em animais e seres humanos para verificar os resultados obtidos.