De acordo com estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Medica em 2019, um programa de quimioterapia continuada para mulheres diagnosticadas com câncer de mama HER2-Negativo em estágio avançado, ofereceu melhores índices de sobrevida geral e de sobrevida livre da progressão (quando não há crescimento do câncer), do que um programa com pausas na quimioterapia.
Uma análise separada do mesmo estudo concluiu que a qualidade de vida era relativamente a mesma, não importando qual programa de quimioterapia as mulheres estivessem seguindo.
Muitos médicos acreditavam que incorporar “feriados” à agenda de tratamento poderia ajudar a melhorar a qualidade de vida. Segundo uma das autoras do estudo, na prática clínica é observada considerável variação nas estratégias de tratamento, o que levou os pesquisadores a achar que seria útil conduzir testes para investigar o impacto na qualidade de vida produzido pela programação terapêutica com agentes modernos da quimioterapia. Para a surpresa dos cientistas, as descobertas foram contrárias a sua hipótese inicial. Houve pequena diferença nos indicadores de qualidade de vida para as mulheres em programa de quimioterapia continuada comparado às mulheres em agenda intermitente.
O estudo, no entanto, confirma as atuais diretrizes norte-americanas e internacionais de que a quimioterapia, preferencialmente monoterapia, pelo menos após a primeira linha (o primeiro tratamento), deve ser administrada continuadamente, desde que bem tolerada e eficaz. Até o momento dessas descobertas só havia evidências em estudos mais velhos, com regimes (protocolos de tratamento) não mais utilizados, indicando que, em doença metastática, quimioterapia contínua seria melhor. Os novos dados da pesquisa confirmam esses dados antigos e o fazem com regimes mais modernos. A conclusão de que a quimioterapia continuada não está de nenhuma maneira associada a pior qualidade de vida é clinicamente significativa, além de destacar a importância de preferir administrar quimioterapia continuadamente para beneficiar a maioria dos pacientes em estágio avançado da doença.
Fonte: https://www.breastcancer.org/research-news/continuous-chemo-better-for-advanced-her2-neg-bc